quinta-feira, 1 de setembro de 2011

"O amarelo vivo, o rosa violáceo, o azul pureza, o verde cantante...”

Tarsila do Amaral, 1886-1973




Quem utilizar o google hoje, será involuntariamente apresentado a uma biografia das mais importantes dentro da história das artes plásticas do país.

Tarsila do Amaral, que estaria completando 125 anos, dividi com Anita Malfatti o status de maior pintora brasileira. No entanto, se a personalidade artística de Anita parece um tanto titubeante, o mesmo não ocorre com Tarsila. A linearidade do seu estilo cubista, às vezes expressionista, retrata com precisão um sentido de brasilidade incomum. Esse sentimento manisfesta-se na utilização das cores, no registro da religiosidade, paisagens e cidadezinhas bucólicas, na estilização das frutas e plantas tropicais ou mesmo na representação cotidiana e verossímil de sua gente: negros, caboclos, índios, mulheres agigantadas, trabalhadores... então todos lá, congeminados no seu traço inconfundível e personalíssimo.



Academia No.4, 1922



Beatriz Menina, 1939



Chapéu Azul, 1922



Vendedor de Frutas, 1925



Estudo (Grande Nu), 1922



Abaporu, 1928



Auto-Retrato (Manteau Rouge), 1923



Maternidade, 1938



Vaso com Dálias, s.d.



Retrato de Oswald de Andrade, 1922



Primavera, 1946



Segunda Classe, 1933



Praia, 1947



Operários, 1933



Costureiras, 1936-1950



O Pescador, 1925



Paisagem com Touro I, 1925



Religião Brasileira l, 1927



Morro da Favela, 1924



A Família, 1925



A Feira II, 1925



Cartão Postal, 1929



O Lago, 1928



Antropofagia, 1929




Contrastes de verticalidade gótica e de volúpias rasteiras,
rudezas do alto sertão e do agreste,
maciços de catingueiras
salpicadas
nos tempos de chuva de vermelhos
que são ao sol como pintas de sangue fresco,
e de amarelos vivos,
de roxos litúrgicos.
No verão chupadas pelo sol de todo esse sangue e de toda
[essa cor,
quase reduzidas
aos ossos dos cardos.
Paisagem animada de tantos verdes
tantos vermelhos, tantos roxos, tantos amarelos
em tufos, cachos, corolas e folhas
como os cachos rubros em que esplende a ibirapitanga e
[arde o mandacaru,
como as formas verdadeiramente heráldicas em que se
[ouriçam os quipás,
como as folhas em que se abrem os mamoeiros
e as manchas violáceas das coroas-de-frade.

Gilberto Freyre.

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