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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

"... deve dar-se sem nada de volta, assim como o pensamento é dado na solidão em toda a excelência do seu excesso..."

Café Müller, Tanztheater Wuppertal Pina Bausch, de 1978
cena extraída do filme "Pina", direção de Wim Wenders, 2011
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Eu-te-amo. A figura não se refere à declaração de amor, à confissão, mas ao repetido proferimento do grito de amor.

Eu-te-amo não tem nuanças. Dispensa as explicações, as organizações, os graus, os escrúpulos. De uma certa forma - paradoxo exorbitante da linguagem -, dizer eu-te-amo é fazer como se não existisse nenhum teatro da fala, e é uma palavra sempre verdadeira (não tem outro referente a não ser seu proferimento: é um performativo).

(Embora seja dito milhões de vezes, eu-te-amo não está no dicionário; é uma figura cuja definição não pode exceder o título.)

A palavra (a palavra-frase) só tem sentido no momento em que eu a pronuncio: não há nela outra informação a não ser seu dizer imediato: nenhuma reserva, nenhum depósito do sentido. Tudo está no lançamento: é uma "fórmula", mas essa fórmula não corresponde a nenhum ritual; as situações em que digo eu-te-amo não podem ser classificadas: eu-te-amo é irreprimível e imprevisível.

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Roland Barthes, in: Fragmentos de um Discurso Amoroso.
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sábado, 20 de abril de 2013

"Todo anjo é terrível. No entanto, ai de mim, eu vos invoco...sabendo quem sois..."

Wings of Desire, direção de Wim Wenders, 1987
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"...Se o objeto se torna alegórico sob o olhar da melancolia, ela o priva de sua vida, a coisa jaz como se estivesse morta, mas segura por toda a eternidade, entregue incondicionalmente ao alegorista, exposta a seu bel-prazer. Vale dizer, o objeto é incapaz, a partir desse momento, de ter uma significação, de irradiar um sentido; ele só dispõe de uma significação, a que lhe é atribuída pelo alegorista. Ele a coloca dentro de si, e se apropria dela, não num sentido psicológico, mas ontológico. Em suas mãos, a coisa se transforma em algo diferente, através da coisa, o alegorista fala de algo diferente, ela se converte na chave de um saber oculto, e como emblema desse saber ele a venera..." 
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Walter Benjamin,  in: Origem do Drama Barroco Alemão.
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