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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Um bom lugar para ler um livro?

Portrait of Charles Baudelaire, Gustave Courbet, 1848
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A realidade bifurcou-se, na coisa real e em sua versão alternativa, duas vezes. Temos o evento e sua imagem. E temos o evento e sua projeção. Mas como para as pessoas os eventos reais muitas vezes não parecem ter mais realidade do que as imagens, nossas reações a eventos do presente recorrem, para confirmá-los, a esboços mentais, acompanhados de cálculos apropriados, do evento em sua forma projetada, final.
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A consciência do futuro é o hábito mental — bem como a corrupção intelectual  por excelência desse século, tal como a consciência histórica, conforme observou Nietzsche, transformou o pensamento do século XIX. A capacidade de avaliar o modo pela qual as coisas evoluirão no futuro é o subproduto inevitável de uma compreensão mais sofisticada (quantificável, testável) dos processos, tanto sociais quanto científicos. A capacidade de projetar eventos futuros com certo grau de precisão ampliou a própria definição de poder, por ser ampla fonte de instruções a respeito da maneira de se lidar com o presente. Mas, na verdade, a capacidade de antever o futuro, antes associada à noção de progresso linear, transformou-se  com a aquisição de um volume de conhecimentos maior do que se poderia imaginar  numa visão da catástrofe.
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Susan Sontag, in: Doença como Metáfora / Aids e suas Metáforas.
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segunda-feira, 8 de julho de 2013

"Nothing is mysterious, no human relation. Except love."

Susan Sontag, Henri Cartier-Bresson, Paris, 1972
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31/12/1957
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Sobre fazer um diário.
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É superficial entender o diário apenas como receptáculo dos pensamentos privados, secretos, de alguém — como um confidente que é surdo, mudo e analfabeto. No diário eu não apenas exprimo a mim mesma de modo mais aberto do que poderia fazer com qualquer pessoa; eu me crio.
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O diário é um veículo para o meu sentido de individualidade. Ele me representa como emocional e espiritualmente independente. Portanto (infelizmente) não apenas registra a minha vida real, diária, mas sim — em muitos casos  oferece uma alternativa para ela.
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Há muitas vezes uma contradição entre o sentido de nossas ações em relação a uma pessoa e o que dissemos que sentimos em relação a essa pessoa num diário. Mas isso não significa que aquilo que fazemos é superficial e só aquilo que confessamos para nós mesmos é profundo. Confissões, refiro-me a confissões sinceras, é claro, podem ser mais superficiais do que as ações. Tenho em mente agora aquilo que li hoje no diário de Harriet a meu respeito — aquela avaliação seca, injusta, impiedosa a meu respeito que conclui com ela dizendo que na verdade não gosta de mim mas que a minha paixão por ela é aceitável e oportuna. Deus sabe como isso magoa e me sinto indignada e humilhada. Raramente sabemos o que as pessoas pensam a nosso respeito (ou melhor, acham que pensam a nosso respeito)... Eu me sinto culpada por ter lido algo que não se destinava aos meus olhos? Não. Umas das principais funções (sociais) de um diário é exatamente ser lido escondido por outras pessoas, pessoas (como pais + amantes) sobre as quais o autor se mostrou cruelmente franco apenas no diário. Será que Harriet vai ler isto?
Escrever. É corruptor escrever com o intuito de moralizar, elevar os padrões morais das pessoas.
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Nada me impede de ser uma escritora, a não ser a preguiça. Uma boa escritora.
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Por que escrever é importante? Sobretudo por vaidade, eu suponho. Porque eu quero ser essa persona, uma escritora, e não porque exista alguma coisa que eu devo dizer. E no entanto por que não também isso? Com um pouco de construção do ego — como o fait accompli que este diário proporciona — eu vou superar as dificuldades para adquirir a confiam de que eu (eu) tenho algo a dizer, e que deve ser dito.
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Meu “eu” é insignificante, cauteloso, sadio demais. Bons escritores são egoístas ferozes, ao ponto mesmo da estupidez. Críticos sensatos corrigem os escritores — mas sua sensatez é parasítica da faculdade criativa dos gênios.
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Susan Sontag, in: Diários (1947-1963).
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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Alienismos...

 The Extraction of the Stone of Madness or The Cure of Folly (detail), Hieronymus Bosch, 1475-1480
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"Sanidade é uma mentira aconchegante."
Susan Sontag.




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Importante: Estou ajustando as imagens dos posts à nova interface do blogspot. Infelizmente excluíram a opção de dimensioná-las manualmente. Queiram desculpar-me também por ocasionais links corrompidos. Toda e qualquer modificação nos gadgets não está sendo salva... Até que tudo se normalize, obrigada pela compreensão.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O Pensamento materializado: mestres da fotografia (em exposição) (10)


Bailarina do Balé Juventude da UNE,
© foto de Thomaz Farkas, 1947
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Saguão da Escola Politécnica de São Paulo, © foto de Thomaz Farkas, 1943
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Praia de Copacabana, © foto de Thomaz Farkas, 1947
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Pessoas Sobre Edifício do Congresso Nacional, © foto de Thomaz Farkas, 1960
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Exposição "Thomaz Farkas: Uma Antologia Pessoal"
Instituto Moreira Salles
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
Ter à Sex, das 13h às 20h | Sáb, Dom e Feriados, das 11h às 20h
De 26 de Novembro de 2011 à 26 de Fevereiro de 2012
Entrada Franca.
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The Third Fall, © foto de Manuel Álvarez Bravo, 1934
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Mannequim With Voice, © foto de Manuel Álvarez Bravo, 1930
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Portrait of the Eternal, © foto de Manuel Álvarez Bravo, 1935
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Absent Portrait, © foto de Manuel Álvarez Bravo, 1945
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Exposição "Manuel Álvarez Bravo: Fotopoesia"
Instituto Moreira Salles
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
Ter à Sex, das 13h às 20h | Sáb, Dom e Feriados, das 11h às 20h
De 27 de Novembro de 2011 à 26 de Fevereiro de 2012
Entrada Franca.
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Grand Central Station, New York City, © foto de Brassaï, 1957
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Jean-Paul Sartre at Café Flore, © foto de Brassaï, 1945
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Nun in Kitchen, © foto de Brassaï, 1932
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Obelisk and Fountains in the Place de la Concorde, © foto de Brassaï, 1933
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Exposição "Paris La Nuit - Fotografia, Brassaï"
Centro Cultural dos Correios
Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro
Ter à Dom, das 12h às 19h
De 24 de Novembro de 2011 à 08 de Janeiro de 2012
Entrada Franca.
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"De fato, as palavras falam mais alto do que as imagens. As legendas tendem a exagerar os dados da visão; mas nenhuma legenda consegue restringir, ou fixar, de forma permanente, o significado de uma imagem..."
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Susan Sontag, in: Sobre Fotografia.
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Upgrade: Precisei republicar a postagem, o blogspot fez o favor de desconfigurar o post original.
Apesar do trabalho, a configuração continua desrespeitando alguns espaçamentos do layout habitual.
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