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quarta-feira, 12 de outubro de 2016

"Todas as coisas e seres são dados aos poemas e exigem estar..."

Pina Bausch, © foto de Paulo Pimenta, 2008
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Todas as coisas e seres
são dados aos poemas e exigem estar.
Próximas paisagens distantes,
seres presentes.
Entre o aparo e a escrita.
Próxima, não a respiração
mas a presentificação das coisas,
e infindos riscos.
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Fiama Hasse Pais Brandão.
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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

"... deve dar-se sem nada de volta, assim como o pensamento é dado na solidão em toda a excelência do seu excesso..."

Café Müller, Tanztheater Wuppertal Pina Bausch, de 1978
cena extraída do filme "Pina", direção de Wim Wenders, 2011
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Eu-te-amo. A figura não se refere à declaração de amor, à confissão, mas ao repetido proferimento do grito de amor.

Eu-te-amo não tem nuanças. Dispensa as explicações, as organizações, os graus, os escrúpulos. De uma certa forma - paradoxo exorbitante da linguagem -, dizer eu-te-amo é fazer como se não existisse nenhum teatro da fala, e é uma palavra sempre verdadeira (não tem outro referente a não ser seu proferimento: é um performativo).

(Embora seja dito milhões de vezes, eu-te-amo não está no dicionário; é uma figura cuja definição não pode exceder o título.)

A palavra (a palavra-frase) só tem sentido no momento em que eu a pronuncio: não há nela outra informação a não ser seu dizer imediato: nenhuma reserva, nenhum depósito do sentido. Tudo está no lançamento: é uma "fórmula", mas essa fórmula não corresponde a nenhum ritual; as situações em que digo eu-te-amo não podem ser classificadas: eu-te-amo é irreprimível e imprevisível.

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Roland Barthes, in: Fragmentos de um Discurso Amoroso.
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sábado, 2 de março de 2013

A sagração da primavera...

Le Sacre Du Printemps, Pina Bausch, © Maarten Vanden Abeele
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"Eu me banho, nutro-me da vida melhor e mais fina, pois nada é bom demais para me preparar para o instante dessa nova estação. Quero os melhores óleos e perfumes, quero a vida da melhor espécie, quero as esperas as mais delicadas (...) quero a quebra de minha carne em espírito e do espírito se quebrando em carne (...) tudo o que secretamente me adestrará para aqueles primeiros momentos que virão. Iniciada, pressinto a mudança de estação. E desejo a vida mais cheia de um fruto enorme. Dentro desse fruto que em mim se prepara (...) há lugar para a mais leve das insônias que é a minha sabedoria de bicho acordado: um véu de alerteza, esperta apenas o bastante para apenas pressentir. Que eu não esqueça, nessa minha fina luta travada, que o mais difícil de se entender é a alegria. Que eu não esqueça que a subida mais escarpada, e mais à mercê dos ventos, é sorrir de alegria." 
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Clarice Lispector, in: A Descoberta do Mundo.
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domingo, 27 de março de 2011

Agenda: Fernando Pessoa, Fayga Ostrower, Galeria de Arte Brasileira do Século XIX...

"Fernando Pessoa, Plural como o Universo"
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O Centro Cultural dos Correios traz ao Rio de Janeiro, a obra do maior poeta da língua portuguesa do século XX (com todo respeito a Camões, Drummond, Bandeira...).
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“Fernando Pessoa, Plural como o Universo”, é uma celebração não só da vida e obra do escritor, como também da palavra. Pessoa está em toda parte, “ele mesmo” e seus “eus” em alguns de seus heterônimos mais conhecidos.
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Raridades também fazem parte da exposição, como a primeira edição do livro "Mensagem", único publicado por ele em vida, e que pode ser folheado virtualmente com o auxílio de um e-reader em tamanho família, os dois primeiros exemplares da "Revista Orpheu", edições da "Revista A Águia", onde publicou seus primeiros artigos, entre outras relíquias e publicações dedicadas a obra do escritor em diversos idiomas.
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Fernando Pessoa ocupa lugar privilegiado dentre tantas coisas que me falam ao coração. Se não pelo motivo que o tornou célebre, a literatura, tanto mais pela utilização, pela forma como apodera-se da linguagem e a torna tão íntima e pessoal.
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O apoderar-se aqui se manifesta na existência de tantos “eus”. O que causa assombro de prodigiosidade, o parir-se, o reinventar-se, o multiplicar-se em sujeitos singulares, heterônimos. Fugas?
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E se eu pudesse ser tudo o que quisesse, não por megalomania, mas por instinto de sobrevivência? Parte de mim divida em pequenas chagas e também pequenos antídotos. Poderia experimentar a dor de cada um, como a cura de um mal maior até quando me bastasse, e “o outro”, “o aquele”, absorveria-me, mas nunca ao ponto de ABSOLVER-ME. Não. Nunca. Eu sei.
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Por mais grandiloquente que fosse, no fim só seríamos eu e eu, eu e a melancolia, eu e uma série de espaços vãos e alguns despojos.

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Exposição "Fernando Pessoa, Plural como o Universo"
Centro Cultural dos Correios
Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro
Ter à dom, das 12h às 19h
De 25 de Março à 22 de Maio
Entrada Franca

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Descanso do Modelo, Almeida Junior, 1882
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Depois de três anos fechada para reforma do espaço, modernização da expografia e restauração de pinturas, esculturas e mobiliário, o Museu Nacional de Belas Artes expõe ao público a “Galeria de Arte Brasileira do Século XIX”, o maior e mais importante acervo de arte brasileira.
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O espaço com mais de 2 mil m², mostra a evolução da arte produzida no país, esculturas e pinturas que passeiam por vários estilos, desde o romantismo, neoclassicismo, realismo, até os episódios históricos, retratos, natureza-morta, paisagens que caracterizam a arte oitentista. Trabalhos assinados por Almeida Junior, Debret, Nicolas-Antoine Taunay, Victor Meirelles, Rodolfo Amoedo, Pedro Américo, Rodolfo Bernardelli, Castagneto, Facchinetti, Zeferino da Costa, entre dezenas de artistas.
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A Primeira Missa, Victor Meirelles, 1860
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Cristo e a Mulher Adúltera, Rodolfo Bernardelli, 1888
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Más Notícias, Rodolfo Amoedo, 1895
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Exposição "Galeria de Arte Brasileira do Século XIX"Museu Nacional de Belas ArtesAv. Rio Branco, 199, CinelândiaTer à Sex, das 10h às 18h
Sáb, Dom e Feriados, das 12h às 17h

Ingressos: R$ 5,00 (e
ntrada franca aos domingos)
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Princesa Isabel e Conde d'Eu no exílio, © foto de P. Gavelle, 1919
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Algumas fotografias da família imperial brasileira em momentos cotidianos e históricos, como o período no exílio após a Proclamação da República, as comemorações pelo fim da Guerra do Paraguai e a Abolição da Escravatura, fazem parte da exposição “Retratos do Império e do Exílio”. As 150 fotografias expostas fazem parte de um acervo de 781 itens, registros de fotógrafos como Marc Ferrez, Revert Henry, Alberto Henschel, Otto Hess, Luiz Terragno, John Jabez Edwin Mayall e Félix Nadar, entre outros.
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Exposição "Retratos do Império e do Exílio"
Instituto Moreira Salles
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
Ter à Sex, das 13h às 20h

Sáb, Dom e Feriados, das 11h às 20h
De 23 de Fevereiro à 29 de Maio
Entrada Franca

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Johnny Depp, © foto de Robert Wilson, 2006
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O trabalho de vanguarda do dramaturgo Robert Wilson, um dos principais nomes do teatro contemporâneo americano, pode ser visto em exposição no Instituto Moreira Salles até o dia 15 de maio.
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“Vídeo Portraits” são retratos de anônimos e celebridades interpretando personagens num formato que vai além da fotografia, e que liquidifica teatro, cinema, música e literatura. A série completa é composta por 150 retratos exibidos em telas de até 1,5 de altura e que variam de acordo com a cidade em que são expostos. Para a amostra do IMS foram escolhidos 14 videorretratos que mostram desde o artista chinês Zhang Huan à atriz francesa Jeanne Moreau.
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Exposição "Vídeo Portraits, de Robert Wilson"
Instituto Moreira Salles
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea

Ter à Sex, das 13h às 20h

Sáb, Dom e Feriados, das 11h às 20h

De 16 de fevereiro à 15 de maio
Entrada Franca

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"Ten Chi", Companhia Tanztheater Wuppertal Pina Bausch, © foto de Gert Weigelt, 2004
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Em plena atividade após a perda de sua idealizadora, em 2009, a Companhia Tanztheater Wuppertal Pina Bausch apresenta o espetáculo “Ten Chi” no Teatro Municipal, entre os dias 05 e 07 de abril.
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“Ten Chi” que significa “Céu e Terra” foi criado por Pina Bausch em 2004. O espetáculo explora temas da cultura moderna japonesa com extrema delicadeza. Na ocasião, coreógrafa e bailarinos moraram por algumas semanas no Japão registrando aspectos do comportamento, hábitos e sutilezas daquele país.
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Companhia de Dança Tanztheater Wuppertal Pina Bausch - "Ten Chi"
Teatro Municipal 

Praça Marechal Floriano Peixoto, s/nº, Cinelândia
Dias 05, 06 e 07 de Abril às 20h
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Ingressos:
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Frisa e camarote: R$ 200,00 (por assento)
- Plateia e Balcão Nobre: R$ 200,00
- Balcão Superior: R$ 150,00
- Galeria: R$ 80,00

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Maternidade, Fayga Ostrower, 1950
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Fayga Ostrower é uma artista de características plurais, foi pintora, gravadora, desenhista, ilustradora, ceramista, escritora e professora. Nascida na Polônia, em 1920, veio para o Brasil na década de 30, e foi aqui, no Rio de Janeiro, que faleceu em 2001.
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O trabalho de Fayga que transita entre o expressionismo figurativo e o abstracionismo, é revisitado em exposição que reúne 100 itens divididos em três segmentos. O primeiro, mostra trabalhos figurativos, entre eles, as gravuras feitas para o livro “O Cortiço”, de Aluísio de Abreu.
O segundo caracteriza-se pela passagem da figuração para a abstração. E o terceiro segmento, é totalmente abstracionista, onde vê-se uma inserção maior de cores em xilografias e serigrafias, dentre elas, as publicadas em “O Rio”, de João Cabral de Melo Neto.
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Lembrando que todos os itens da mostra pertencem ao Instituto Fayga Ostrower.
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8102, Fayga Ostrower, 1981
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8508 Crepúsculo Dourado, Fayga Ostrower, 1985
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Menino do Morro, Fayga Ostrower, 1947
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Exposição "Fayga Ostrower, Ilustradora"
Instituto Moreira Salles
Rua Marques de São Vicente, 476, Gávea

Ter à Dom, das 13h às 20h

De 26 de março à 15 de maio
Entrada Franca

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"Ser uma coisa é não ser suscetível de interpretação".

Alberto Caeiro.
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quarta-feira, 1 de julho de 2009

Eu que nunca gostei dos ímpares...

 Philippine Bausch, 1940 - 2009
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Dois mil e nove poderia terminar amanhã, só a tempo de colocar umas poucas mudas dentro de uma sacola e apoiá-la nas costas. Um ano difícil, certamente.

Se contava ainda com certa complacência, tornou-se mais pesado, sem a leveza dos Cravos de Pina Bausch. Foi dela a primeira apresentação de dança que assisti na vida, 'Ifigênia em Tauris' e os tais 'Cravos', no Municipal. Eu, que assim como dos ímpares, não gostava tanto de dança. Que bom que nada é tão exato, exceto a 'luz' que se apaga um dia.
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Coreografia "Cravos", oito mil deles no palco
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"Um campo florido guardado por cães pastores simboliza as dualidades humanas: de um lado o desejo, o sonho e a esperança. De outro, a realidade."

Pina Bausch.

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