domingo, 31 de dezembro de 2017

"Volver a ser. Volver ao Ser..."

Une Promenade Dans Le Ciel, J.J. Grandville, 1847
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"La inspiración es lanzarse a ser, sí, pero tambíen y sobre todo es recordar y volver a ser. Volver ao Ser."
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Octavio Paz para empezar el nuevo año...
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quarta-feira, 3 de maio de 2017

Simulacros...

Not to be Reproduced, René Magritte, 1937
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Tem aqueles que executam a vida de modo eficaz.
Põem ordem em si mesmos e ao seu redor.
Têm resposta correta e jeito para tudo.

Advinham logo quem a quem, quem com quem,
com que objetivo, por onde.

Batem o carimbo nas verdades únicas,
colocam no triturador os fatos desnecessários.
e as pessoas desconhecidas
em fichários de antemão destinados a elas.

Pensam só o quanto vale a pena.
nem um instante mais,
pois detrás desse instante espreita a dúvida.

E quando recebem dispensa da existência.
deixam o posto
pela porta indicada.

Às vezes os invejo
— por sorte isso passa.
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Wislawa Szymborska.
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terça-feira, 11 de abril de 2017

"Sólo la sed, el silencio, ningún encuentro..."

Nostalghia frame, dir. Andrei Tarkovsky, 1983
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Qué penoso resulta andar entre la gente
Y simular que no estamos perdidos
Y contar el fuego de las trágicas pasiones
A aquéllos que no han vivido aún.

Y mirando fijamente en nuestra nocturna pesadilla
Descubrir un orden en el torbellino caótico del sentimiento,
Para que conozcan el incendio mortal de la vida, 
a través de los pálidos reflejos del arte.
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Aleksandr Blok.
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segunda-feira, 27 de março de 2017

"Tudo o que é musical é uma questão de reminiscência..."

Best Puccini 100 e Chopin Piano Works
para seguir escutando Noturnos...
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Últimas aquisições na "Escuta Som". 

A simpática lojinha de cd's, na Rua do Rosário, se equilibrava graças a resiliência do proprietário, um entusiasta que resistia ao esvaziamento do segmento. 

Cláudio faleceu há pouco mais de um mês e a loja vai fechar as portas essa semana. 

Enquanto o Noturno No.9 avança, só consigo pensar nas horas de boa música e que a vida sem paixões não faz o menor sentido.
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terça-feira, 7 de março de 2017

domingo, 5 de março de 2017

Retrato do artista enquanto sujeito: Pier Paolo Pasolini

Pier Paolo Pasolini, poeta, ensaísta e cineasta italiano (1922-1975)
foto de © Dino Pedriali, d.i
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"E sentes como nesses seres
distantes que, em vida, gritam e riem
naqueles seus transportes, nesses míseros
casarios onde se consuma o incerto
e expansivo dom desta existência —
a vida que não é mais que arrepio..."
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Pier Paolo Pasolini.
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domingo, 29 de janeiro de 2017

"C’est beau la vie, la longue vie..."

Emmanuelle Riva (24/02/1927 - 27/01/2017)
Hiroshima Mon Amour, Dir. Alain Resnais, 1959
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recusa-se a tocar a
mãe desta expectativa
que desperdiça
tantas secreções
em seu sistema
de produtos 
mensais emmanuelle 
riva em 'hiroshima 
mon amour'
& 'bleu' o esquecimento
da amante
ontem a esclerose
da mãe amanhã
azul a água
dissolução da 
memória ah! a
memória deixe-a
à mercê da
manhã
no entanto
sabe que só 
a expectativa
fertiliza
a perda a
predileção
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Ricardo Domeneck.
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Amour, Dir. Michael Haneke, 2012
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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

"o corpo é a causa do amor..."

Relation in Time, Marina Abramović and Ulay, 1977
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Primeiro o corpo é a causa do amor
depois a fortaleza que o protege
por fim seu cárcere.
E quando o corpo morre, o amor jorra
caudalosamente 
como de um caça-níqueis clandestino quebrado
jorram de súbito
com estrondo todas as moedas de gerações
e gerações entregues à própria sorte.
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Yehuda Amichai.
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domingo, 8 de janeiro de 2017

"...Al Dio che non dà vita chiedo di non morire."

Il Corpo di Pasolini, Triumphs and Laments: A Project for the City of Rome
William Kentridge, 2016
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Eis-me afinal em plena
suprema confidência
ante minha presença,
anjo impuro que eu amo.

Quanto estéril horror
urge se toco o corpo
que amava desde novo
pois seguro de amor.

Mas não sei me assombrar,
não sei me abandonar...
Ao Deus que não dá vida
peço para não morrer.
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Pier Paolo Pasolini.
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quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

"Olhar é um ato de escolha..."

John Peter Berger (05/11/1926 - 02/01/2017)
© foto de Jean Mohr, 1980 
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“Só vemos aquilo que olhamos. Olhar é um ato de escolha. Como resultado dessa escolha, aquilo que vemos é trazido para o âmbito do nosso alcance – ainda que não necessariamente  ao alcance da mão. Tocar alguma coisa é situar-se em relação a ela... Nunca olhamos para  uma coisa apenas; estamos sempre olhando para a relação entre as coisas e nós mesmos. Nossa visão está continuamente ativa, continuamente em movimento, continuamente captando coisas num círculo à sua própria volta, constituindo aquilo presente para nós do modo como estamos situados. 

Logo depois de podermos ver, nos damos conta de que podemos também ser vistos. O olho do outro combina com o nosso próprio olho, de modo a tornar inteiramente confiável que somos parte do mundo visível..." 
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John Berger, in: Modos de Ver, Ed. Rocco, 1999.
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