terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

À beira de um precipício ou na felicidade incontida...

No Hay Quien nos Desate, serie Los Caprichos, Francisco de Goya, 1799
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"Vivemos, agimos e reagimos uns com os outros; mas sempre, e sob quaisquer circunstâncias, existimos a sós. Os mártires penetram na arena de mãos dadas; mas são crucificados sozinhos. Abraçados, os amantes buscam desesperadamente fundir seus êxtases isolados em uma única autotranscedência; debalde. Por sua própria natureza, cada espírito, em sua prisão corpórea, está condenado a sofrer e gozar em solidão. Sensações, sentimentos, concepções, fantasias – tudo isso são coisas privadas e, a não ser por meio de símbolos, e indiretamente, não podem ser transmitidas. Podemos acumular informações sobre experiências, mas nunca as próprias experiências. Da família à nação, cada grupo humano é uma sociedade de universos insulares..."
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Aldous Huxley, in: As Portas da Percepção.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

O pensamento materializado: mestres da fotografia (12)

World Press Photo of The Year, Categoria: People in the News,
© foto de Samuel Aranda, 2011
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Foram divulgados os vencedores da 55ª edição do World Press Photo 2012. Participaram este ano, 5.247 fotógrafos, oriundos de 124 países, totalizando 101.254 fotografias inscritas. Desse total, apenas 350 receberam prêmios e menções nas nove categorias do concurso. Visite o site oficial para ver todos os ganhadores e a história por trás de cada flagrante.
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Child Brides, Categoria: Contemporary Issues, © foto de Stephanie Sinclair, 2011
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Jason & Elyssa, Categoria: Daily Life, © foto de Darcy Padilla, 2011
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Never Let You Go, Categoria: Daily Life, © foto de Alejandro Kirchuk, 2009
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A Monthful, Categoria: Daily Life, © foto de Johnny Haglund, 2011
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Danish and Iranian Culture, Categoria: Portraits, © foto de Laerke Posselt, 2011
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Battle for Libya, Categoria: General News, © foto de Rémi Ochlik, 2011
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Ironman World Championship, Categoria: Sports, © foto de Donald Miralle, 2011
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Earthquake in Japan, Categoria: General News, © foto de Lars Lindqvist, 2011
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Rhino Wars, Categoria: Nature, © foto de Brent Stirton, 2011
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Honorable Mention Singles, Categoria: Spot News, © foto de Salil Bera, 2011
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Hanging in Iran, Categoria: Contemporary Issues, © foto de Ebrahim Noroozi, 2011
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Interrogation Room, Categoria: Portraits, © foto de Donald Weber, 2010
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Bolivianas, Categoria: Daily Life, © foto de Pietro Paolini, 2010
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Tsunami, Categoria: People in the News, © foto de Yasuyoshi Chiba, 2011
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World Aquatics Championships, Categoria: Sports,
© foto de Adam Pretty, 2011
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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

"Yo soy la desintegración."

Arbol de la Esperanza, Mantente Firme, Frida Kahlo, 1946
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"...nasceu (1907) com espinha bífida; aparentemente, poliomielite aos seis anos de idade; politraumatismo por acidente de trânsito aos dezoito, com ferida penetrante na cavidade abdominal causada por uma barra de ferro e fraturas múltiplas no cotovelo, coluna vertebral, pélvis, perna e pé direito; três abortos; alcoolismo; tabagismo; anorexia e uma morte, aos 47 anos (1954), por suspeita de suicídio. E a dor, evidentemente, as dores de Frida, em idas e vindas tão no centro de sua criação artística."

"No trânsito rumo a seu destino irrenunciável, primeiro de florescimento e depois de degradação e morte, para além de sua elementar memória genética e mais além dos mecanismos fisiológicos de reposição dos tecidos e adaptação ao meio, o corpo há de se reconstruir periodicamente, apropriar-se várias vezes de si diante da vida em fuga, e daí sua paixão referencial e sua necessidade de contrapontos."
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Mauricio Ortiz, in: Frida Kahlo: suas fotos.
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domingo, 19 de fevereiro de 2012

Variações sobre um mesmo tema: representações pictóricas do carnaval

 Bacchus, Caravaggio, 1596-1597
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Não há como precisar a origem do Carnaval. Todavia, consta que teria surgido durante cultos agrários no Egito, Pérsia, Creta, Fenícia e Babilônia, no período que compreende o IV milênio a.C. e o século VII a.C.

O Carnaval Pagão inicia-se em meados do século VII a.C. até 590 d.C., quando Pisístrato, oficializou o culto ao deus Dionísio, na Grécia. Durante o declínio da hegemonia artística de Atenas, em 370 a.C., multiplicaram-se as celebrações a Dionísio, em Roma, onde é conhecido como deus Baco.

Subsequente a essa passagem, desenvolve-se o Carnaval Cristão, dando início a um novo modelo de festa, mais parecida com o que vemos hoje. Nice, Roma e Veneza eram os grandes expoentes.

Já o Carnaval contemporâneo, começou a partir do século XVIII, concentrando-se nos países onde a cultura negra era mais atuante, sobretudo no Brasil, considerado o maior Carnaval do mundo.
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Carnaval de Rua, Jean-Baptiste Debret, 1834
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Carnaval, Cândido Portinari, 1960
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Carnival Scene or The Minuet, Giovanni Domenico Tiepolo, 1755
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.Carnival in the Mountains, Paul Klee, 1924
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Baile à fantasia, Rodolfo Chambelland, 1913
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Carnival Clowns, Willem Cornelisz Duyster, 1620
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Carnival of Harlequin, Joan Miró, 1924-1925
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A Carnival Ball, Pierre Bergaigne, 19th century
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Masked Ball at the Opera, Édouard Manet, 1873
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The Burial of the Sardine, Francisco de Goya, 1812-1814
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Pierrot the Musician, Gino Severini, 1924
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Harlequin and Columbine, Jean Antoine Watteau, 1716-1718
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Élysée Montmartre, Jules Chéret, 1891
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Mardi Gras (Pierrot et Harlequin), Paul Cézanne, 1888
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Carnival Evening, Henri Rousseau, 1886
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Harlequin and His Lady, Giovanni Domenico Ferretti, 17th century
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Harlequin and Pierrot, André Derain, 1924
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At Lapin Agile or Harlequin with Glass, Pablo Picasso, 1905
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"Terminado o Carnaval, eis que nos encontramos com os seus melancólicos despojos: pelas ruas desertas, os pavilhões, arquibancadas e passarelas são uns tristes esqueletos de madeira; oscilam no ar farrapos de ornamentos sem sentido, magros, amarelos e encarnados, batidos pelo vento, enrodilhados em suas cordas; torres coloridas, como desmesurados brinquedos, sustentam-se de pé, intrusas, anômalas, entre as árvores e os postes. Acabou-se o artifício, desmanchou-se a mágica, volta-se à realidade..."
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Cecília Meireles, trecho da crônica "Depois do Carnaval".
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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Música para curar a alma: Maria Callas (3)


Mon coeur s'ouvre à ta voix, ária da Ópera Sansão e Dalila, de Camille Saint-Saëns
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Mon cœur s'ouvre à ta voix,
comme s'ouvrent les fleurs
Aux baiser de l'aurore!
Mais, ô mon bienaimé,
pour mieux sécher mes pleurs,
Que ta voix parle encore!
Dis-moi qu'à Dalila
tu reviens pour jamais,
Redis à ma tendresse
Les serments d'autrefois,
ces serments que j'aimais!
Ah! réponds à ma tendresse!
Verse-moi, verse-moi l'ivresse!

Ainsi qu'on voit des blés
les épis onduler
Sous la brise légère,
Ainsi frémit mon coeur,
prêt à se consoler,
A ta voix qui m'est chère!
La flèche est moins rapide
à porter le trépas,
Que ne l'est ton amante
à voler dans tes bras!
Ah! réponds à ma tendresse!
Verse-moi, verse-moi l'ivresse!
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sábado, 11 de fevereiro de 2012

"De tanto estar dividida e reunida..."

Self-Portrait With Muse (Dream), Marc Chagall, 1918
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De tanto ser clara e de dar de beber
Como se abre a mão para libertar uma asa
De tanto estar dividida e reunida
Como uma boca que se fecha ou que estremece
Como uma língua de razão que se abandona
Dois braços que se abrem que se fecham
Fazendo o dia fazendo a noite e reacendendo
Uma fogueira sobre mil crianças sem esperança
De tanto encarnar a natureza fiel
Forte como um fruto maduro fraco como uma aurora
Transbordando estações e recobrindo os homens
De tanto ser como um prado que se suga a água
Que dá de beber à sua terra de alta essência
Um inocente à espera de um passo indeciso
Como um trabalho e como um jogo como um cálculo
Falso até as entranhas como um presente e como um rapto
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De tanto ser tão paciente e flexível e correto
De tanto misturar o trigo contido na luz
Às carícias das carnes da terra à meia-noite
Ao meio-dia sem saber se a vida vale a pena
Tu me abriste um dia a mais será que é hoje
Será amanhã Sempre é nulo Nunca não é
E te arriscas a viver à custa de ti mesma.
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Menos do que eu que descendo de outros e de ninguém.
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Paul Éluard.
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