terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Introspectiva[mente]

Melancholy, Edgar Degas, 1874
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Não tenho feito muitos amigos (salvo uma enfermeira da maternidade que gostou de mim e depois de quase oito meses de Paulinho nascido vem me visitar na folga — hoje toma chá comigo), e não tenho influenciado nenhuma pessoa. Tomo menos milk-shake e levo uma vida diária vazia e agitada. Passo o tempo todo pensando — não raciocinando, não meditando — mas pensando, pensando sem parar. E aprendendo, não sei o que, mas aprendendo. E com a alma mais sossegada (não estou totalmente certa). Sempre quis “jogar alto”, mas parece que estou aprendendo que o jogo alto está numa vida diária pequena, em que uma pessoa se arrisca muito mais profundamente, com ameaças maiores. Com tudo isso, parece que estou perdendo um sentimento de grandeza que não veio nunca de livros nem de influência de pessoas, uma coisa muito minha e que desde pequena deu a tudo, aos meus olhos, uma verdade que não vejo mais com tanta frequência. Disso tudo, restam nervos muito sensíveis e uma predisposição séria para ficar calada. Mas aceito tanto agora. Nem sempre pacificamente, mas a atitude é de aceitar.
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Clarice Lispector, in: Correspondências.
Carta enviada a Fernando Sabino em 05 de outubro de 1953.
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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Variações sobre um mesmo tema: Cupido e Psiquê

Cupid and Psyche as Children, William Bouguereau, 1890
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O mito da princesa mortal que transformou-se em deusa e cuja beleza despertou o ciúme de Vênus e o amor de seu filho, Cupido, foi contada pela primeira vez pelo escritor romano Lúcio Apuleio, em “O Asno de Ouro”, século II d.C. Desde então, vem sendo retratado por vários artistas, da antiguidade ao período neoclássico.
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Pode-se dizer, que os aspectos mitológicos, alegóricos e de fábula, conferem ao mito tamanha empatia, mas que talvez seu maior atrativo, seja mesmo o ideal de amor. Seja ele qual for.

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Cupid and Psyche Studying Butterfly, Antonio Canova, 1808

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Cupid and Psyche Studying Butterfly (Detail), outra escultura de Canova, "Psyche Revived by the Kiss of Love", possivelmente a mais famosa representação de Cupido e Psiquê, já ilustrou o blog no post "O que está por trás daquilo que você não vê?!"

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Psyché et L'Amour, François Gérard, 1798

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Cupid, Antoine-Denis Chaudet, 1802-1807
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Cupid With a Bow, François-Joseph Bosio, 1808
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Cupid and Psyche, Paul Baudry, 1892

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Cupid Making a Bow Out of the Club of Hercules, Admé Bouchardon, 1750
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Amor and Psyche, Bertel Thorvaldsen, 1807

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Cupid, Etienne Maurice-Falconet, 1757

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The Abduction of Psyche, William Bouguereau, 1895

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Cupid and Psyche, Edvard Munch, 1907

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Cupid and Psyche, Claude-Augustin Cayot, 1706

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Psyché et l’Amour Endormi, Peter Paul Rubens, 1636

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Love Conquers All, Caravaggio, 1601-1602

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Triumph of Cupid and Psyche, Giulio Bonasone, 1560

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Le Mariage de Psyché et de L'Amour, François Boucher, 1744
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Eros and Psyche, Reinhold Begas, 1870
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Cupid and Psyche, Jacques-Louis David, 1817

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Cupid and Psyche, Auguste Rodin, 1893

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Sleeping Cupid, Caravaggio, 1608

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Cupid Revives Psyche, Bertel Thorvaldsen, 1810

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Cupid and Psyche, Orazio Gentileschi, 1628-1630

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"Amor vincit omnia..."
Virgílio.

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domingo, 12 de dezembro de 2010

O Ser e o Devir.

Ensaio "Pele Preta", © foto de Maurren Bisilliat, 1966
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É um mistério o existir, o ser, o haver
Um ser, uma existência, um existir –
Um qualquer que não este por ser este –
Este é o problema que perturba mais.
O que é existir, não nós ou o mundo –
Mas existir em si?
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Fernando Pessoa.
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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

"Todo o tempo é irredimível. O que poderia ter sido é uma abstração."

The Persistence of Memory (Detail), Salvador Dalí, 1931
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As palavras se movem, a música se move
Apenas no tempo; mas o que apenas vive
Pode apenas morrer. As palavras, após a fala, alcançam
O silêncio. Apenas pelo modelo, pela forma,
Podem as palavras ou a música alcançar
O repouso, como um vaso chinês que ainda se move
Perpetuamente em seu repouso.
Não o repouso do violino, enquanto a nota perdura,
Não apenas isto, mas a coexistência,
Ou seja, que o fim precede o princípio,
E que o fim e o princípio sempre estiveram lá
Antes do princípio e depois do fim.
E tudo é sempre agora. As palavras se distendem,
Estalam e muitas vezes se quebram, sob a carga,
Sob a tensão, tropeçam, escorregam, perecem,
Apodrecem com a imprecisão, não querem manter-se no lugar,
Não querem quedar-se quietas.
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T.S. Elliot, in: Burnt Norton (trecho).
Primeiro poema de "Four Quartets".

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sábado, 27 de novembro de 2010

"como é que consegue, todos os dias e todas as horas, ser tão exatamente a mesma?"

The Hours, Philip Glass, por Branka Parlic
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[...]
Ela espia o relógio sobre a mesa. Passaram-se quase duas horas. Ainda se sente vigorosa, embora saiba que no dia seguinte talvez olhe para o que escreveu e ache tudo aéreo. Descomedido. É sempre melhor o livro que se tem na cabeça do que aquele que se consegue pôr no papel. Toma um gole do café frio e se permite ler o que escreveu até o momento.
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Parece bom o bastante; certos trechos parecem bem bons. Ela nutre esperanças fartas, é claro – quer que esse seja seu melhor livro, aquele que finalmente fará jus a suas expectativas. Mas será que um único dia na vida de uma mulher comum pode conter o suficiente para um romance?
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[...]
Virgínia larga a caneta. Gostaria de escrever o dia todo, de encher trinta páginas, em vez de três, mas, após as primeiras horas, alguma coisa lá dentro falha e ela receia, caso ultrapasse os limites, prejudicar toda a empreitada. Receia se perder num reino de incoerências, do qual talvez nunca mais retorne.
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Michael Cunningham, in: As Horas.
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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Teoria do caos.

La Guerre, James Pradier, 1840-41
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"Poder e violência são opostos; onde um domina absolutamente, o outro está ausente". ¹
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La Prudence et la Justice, James Pradier, 1840-41
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A matemática é ingenuamente fácil:
Onde existe negligência de direitos, instalam-se o caos e a intolerância.

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O antídoto é dicotômico.
Em doses homeopáticas, claro.
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La Sagesse et l'Eloquence, James Pradier, 1840-41
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"A violência é por natureza instrumental; como todos os meios, ela sempre depende
da orientação e da justificação pelo fim que almeja. E aquilo que necessita de
justificação por outra coisa não pode ser a essência de nada." ²
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Hannah Arendt, in: Sobre a Violência ²
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terça-feira, 23 de novembro de 2010

De quando se enxerga o outro.

Charles Chaplin, Luzes da Cidade, 1931
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Passava das duas da manhã, havia consumido cinco taças de prosecco e me equilibrado em saltos assassinos, quando resolvi sentar numa mesa de canto. Não me aventurei naquela rodada de dança, o equilíbrio me faltava. Concentrei-me em observar os convidados ainda mais ‘desequilibrados’. Festas de casamento são tão curiosas. Acontecem às dezenas, todos os dias, e em detrimento do pensamento mais pessimista, geram as maiores expectativas.
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Alguns teorizam (especialistas inclusive) sobre a falência do sistema, ou como dizem, da instituição. Não consigo fazer uso de termos burocráticos para algo que lida com emoção, nem mesmo acreditar que uniões estão fadadas a ruir com os vícios do tempo.
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É tão ingênuo atribuir ao casamento os desgastes que rondam a vida a dois. É supervalorizá-lo. O convívio só potencializa o que estava inadequado desde o começo, mas que por um motivo ou outro não era visível. Dizem que a paixão turva a vista. Mas é sabido que sempre enxergamos os pequenos sinais, só fazemos vista grossa quando nos é conveniente. Pegamos caminhos mais longos, quando poderíamos abreviar, optamos pela refeição menos saudável, quando poderíamos poupar as artérias. Tudo pelo entusiasmo, mesmo fugaz, que aquele pequeno delito proporciona. A teia que une e desune as pessoas, funciona da mesma forma. Pense que a oferta diversa é a mesma que ratifica cada um de nós, o que chamam de personalidade. Como ‘ajustar’ uma a outra?
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Existe validade na teoria de que parte das uniões apaixonadas, acontece entre pessoas mais generosas e, outras que preferem ser o objeto da paixão, mais egoístas. Seria pensar que uma oferece, porque idealiza. E a outra recebe, porque dramatiza a relação. Penso que toda a celeuma acerca da dinâmica dos relacionamentos, culmina num mesmo princípio: Afinidades aproximam as pessoas, enquanto diferenças as afastam. Dividir o cotidiano quando os interesses e temperamentos divergem, aguça a irritabilidade, a insatisfação. Enquanto ‘falar a mesma língua’ implica em conhecer bem e entender a pessoa que se ama. Isso potencializa a intimidade, a cumplicidade, o respeito, a admiração, dando margem a solidez que vem da paz que se sente na presença do outro. No amor precisamos de apego, de amparo. Não de mudança, que é o que geralmente ocorre nas relações díspares. O amor não tem a necessidade de improvisação do sexo. Ele precisa de unidade. Estar em sintonia, por isso a parecença. Significa enxergar o outro não só como alguém que divide a vida, planos, o melhor e o pior do cotidiano, mas que possui expectativas, fragilidades, carências e sobretudo individualidade. Relações assim independem de rituais, têm a ver com a mágica de alguns encontros.
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Com a certeza de que presenciava um desses encantamentos, espanei as nuvens de pensamentos, retirei os sapatos e fui dançar. Sem desconforto e com aquela pontinha de alegria desmedida dos que bebem sem hábito.
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Cantiga de amor sem eira
nem beira,
vira o mundo de cabeça
para baixo,
Suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.
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Meu bem, não chores,
hoje tem filme do Carlito!
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O amor bate na porta
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeiras
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.
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Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.
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Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
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Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender...
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Carlos Drummond de Andrade, in: O Amor Bate na Aorta.
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domingo, 21 de novembro de 2010

"Quel était le refrain du jour?"


Les Mots D'amour, Edith Piaf
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[...]
Dans l'amour la vie a toujours

Un coeur léger et renaissant
Rien n'y pourra jamais finir
Demain s'y allège d'hier.
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Paul Éluard, in: Dans l'amour la vie a encore.
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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

"A noite me pinga uma estrela no olho e passa."

La nuit étoilée sur le Rhône, Van Gogh, 1888
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Noite caindo ... Céu de fogo e flores.
Voz de Crepúsculo exalando cores,
O céu vai cheio de Deus e de harmonia.
Silêncio ... Eis-me rezando aos fins do dia.
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Névoa de luz criando imagens na água,
Nome das águas esculpindo os céus,
Tarde aos relevos húmidos de frágua,
Boca da noite, eis-me rezando a Deus.
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Eis-me entoando, a voz de cinza e ouro,
— Oh, cores na água vindo às mãos em branco! —
Minha ópera de Sol ao último arranco.
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E, oh! hora mística em que o olhar abraso,
— Sol expirando aos Pórticos do Ocaso! —
Dobra em meu peito um oceano em coro.
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Afonso Duarte, in: Tragédia do Sol-Posto.
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domingo, 14 de novembro de 2010

"Panta rei os potamós..."

Heraclitus, Hendrick ter Brugghen, 1628
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“Se cada segundo de nossas vidas repete-se infinitas vezes, somos pregados à eternidade feito Jesus Cristo na cruz. É uma perspectiva aterrorizante. No mundo do eterno retorno, o peso da responsabilidade insuportável recai sobre cada movimento que fazemos. É por isso que Nietzsche chamou a idéia do eterno retorno o mais pesado dos fardos.
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Se o eterno retorno é o mais pesado dos fardos, então nossas vidas contrapõem-se a ele em toda a sua esplêndida leveza.
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Mas será o peso de fato deplorável, e esplêndida a leveza?
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O mais pesado dos fardos nos esmaga; sob seu peso, afundamos, somos pregados ao chão. E, no entanto, na poesia amorosa de todas as épocas, a mulher anseia por sucumbir ao peso do corpo do homem. O mais pesado dos fardos é, pois, simultaneamente, uma imagem da mais intensa plenitude da vida. Quanto mais pesado o fardo, mais nossas vidas se aproximam da terra, fazendo-se tanto mais reais e verdadeiras.
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Inversamente, a ausência absoluta de um fardo faz com que o homem se torne mais leve do que o ar, fá-lo alçar-se às alturas, abandonar a terra e sua existência terrena, tornando-o apenas parcialmente real, seus movimentos tão livres quanto insignificantes.
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O que escolheremos então? O peso ou a leveza?
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Parmênides levantou essa mesma questão no sexto século antes de Cristo. Ele via o mundo dividido em pares opostos: luz/escuridão, fineza/rudeza, calor/frio, ser/não-ser. A uma metade da oposição, chamou positiva (luz, fineza, calor, ser); à outra, negativa. Nós poderíamos achar essa divisão em um pólo positivo e outro negativo infantilmente simples, não fosse por uma dificuldade: qual é o positivo, o peso ou a leveza?
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Parmênides respondeu: a leveza é positiva; o peso, negativo.
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Tinha ou não razão? Essa é a questão. Certo é apenas que a oposição leveza/peso é a mais misteriosa, a mais ambígua de todas.”
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Milan Kundera, in: A Insustentável Leveza do Ser.
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sábado, 13 de novembro de 2010

Agenda: Aleksandr Ródtchenko, Carmina Burana, Itzhak Perlman e uma errata.

Lily Brik, © Foto de Aleksandr Ródtchenko, 1924
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O Instituto Moreira Salles expõe 300 obras do fotógrafo, pintor, designer gráfico e escultor, Aleksandr Ródtchenko. O desenvolvimento de inúmeras habilidades estéticas e de um notável senso de comunicabilidade, certamente conferem à produção de Ródtchenko, um caráter usualmente reconhecido como vanguardista. Das fotomontagens aos retratos de família e personalidades. Dos estudos arquitetônicos à documentação da vida política e social da então União Soviética, passando por Lênin e Stálin, uma produção das mais inovadores e profícuas.
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A mostra que já foi apresentada em Londres, Berlim e Amsterdã, é organizada pela Moscow House of Photography e tem a curadoria de Olga Svíblova, diretora do Museu.
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Exposição Aleksandr Ródtchenko: Revolução na Fotografia
Instituto Moreira Salles
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
De 5 de nov. de 2010 à 6 de fev. de 2011
Ter à sex, das 13h às 20h
Sáb, dom e feriados, das 11h às 20h
Entrada franca

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What I Am To You, Norah Jones, 2004
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Errata sobre o local do show da cantora Norah Jones nesta terça-feira.
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Vários veículos mencionaram a casa de espetáculos "Vivo Rio", no Flamengo (alguns ainda insistem nessa informação), não sei o porquê de tamanha confusão, mas a apresentação está confirmada no espaço "Oi Casa Grande", no Leblon.
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Show Norah Jones
Oi Casa Grande
Rua Afrânio de Melo Franco, 290, Leblon
Dia 16 de novembro, terça, às 21h
Ingressos:
Camarote: R$ 240,00
Platéia Vip: R$ 240,00
Platéia Setor 1: R$ 240,00
Balcão Setor 2 : R$ 240,00
Balcão Setor 3 filas I/J/K: R$ 220,00
Balcão Setor 3 filas L/M/N: R$ 190,00

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Update:
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Gosto de disponibilizar os programas da agenda com alguma antecedência, mas abro uma exceção, por que soube a pouco da segunda e última apresentação da "Ópera Carmina Burana", de Carl Orff, no Theatro Municipal. A informação tardia não me impedirá de ir, então penso ser válido compartilhar. Se a sua praia for mesmo o segmento erudito, o Municipal oferece mais do mesmo em apresentação única do maravilhoso violinista Itzhak Perlman. A indigestão fica por conta dos R$ 2.500,00 cobrados nas frisas ou camarotes.
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Ópera Carmina Burana
Theatro Municipal
Praça Marechal Floriano, s/n, Cinelândia
Dia 14 de novembro às 17h
Ingressos:
Frisa e Camarote: R$ 70,00
Plateia e Balcão Nobre: R$ 70,00
Balcão Superior: R$ 50,00
Galeria: R$ 18,00

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Concerto Itzhak Perlman
Theatro Municipal
Praça Marechal Floriano, s/n, Cinelândia
Dia 15 de novembro às 20h
Ingressos:
Frisa e Camarote: R$ 2.500,00
Plateia e Balcão Nobre: R$ 420,00
Balcão Superior: R$ 250,00
Galeria: R$ 120,00

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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Entre tudo que há de incerto.

Girl in Black, Egon Schiele, 1911
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"Há barcos para muitos portos, mas nenhum para a vida não doer,
nem há desembarque onde se esqueça..."
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Fernando Pessoa.
Trecho de carta escrita em março de 1916.
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terça-feira, 2 de novembro de 2010

O pensamento materializado: mestres da fotografia (6)

Marc Riboud, © foto de Karel Krizak
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No ensejo da exposição no Centro Cultural Justiça Federal, algumas imagens que fazem de Marc Riboud, um dos maiores fotográfos do século XX.

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© Marc Riboud, Bangladesh, 1971
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© Marc Riboud, The actress Gong Li, 1993
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© Marc Riboud, Turkey, 1955
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© Marc Riboud, Ghana, 1960
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© Marc Riboud, India, 1971
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© Marc Riboud, Huang Shan Mountains, 1985
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© Marc Riboud, Ghana, 1960
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© Marc Riboud, Shanghai, 2002
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© Marc Riboud, Museum of Prado, Madrid, 1988
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© Marc Riboud, Bangkok, 1969
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© Marc Riboud, Marcel Marceau, s.d.
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Exposição Marc RiboudCentro Cultural Justiça FederalAv. Rio Branco, 241, Centro
Gabinete de Fotografia - 1º andar
Ter à dom, das 12h às 19h
Até 05 de dezembro
Entrada Franca
Obs.: Entre os dias 05 de novembro e 28 de fevereiro, a Casa do Saber expõe mais 20 fotografias de Riboud.
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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Agenda: Arte Islâmica, Vik Muniz, Mikhail Baryshnikov e Ana Laguna...

Mikhail Baryshnikov, © foto de Annie Leibovitz, 1990
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Os bailarinos Mikhail Baryshnikov e Ana Laguna apresentam-se no Teatro Municipal com o espetáculo de dança "Três Solos e um Dueto".
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No programa de quatro peças, Baryshnikov apresenta os solos "Years Later" e "Valse Fantasie", e Ana Laguna uma versão da coreografia "Solo For Two". No último segmento, os dois dançam juntos a coreografia "Place".
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Espetáculo "Três Solos e um Dueto"
Teatro Municipal
Praça Floriano Peixoto, s/nº, Cinelândia
Dias 29 e 31 de outubro
Sex, às 20h e Dom, as 19h
Ingressos:
R$ 260,00 (Frisa e Camarote)

R$ 260,00 (Plateia e Balcão Nobre)
R$ 140,00 (Balcão Superior)
R$ 60,00 (Balcão Superior Lateral)
R$ 60,00 (Galeria)
R$ 40,00 (Galeria Lateral)
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Agenda em pílulas, o indie pop do Belle and Sebastian nas lonas do Circo Voador
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Cinema:
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Comentei no post sobre o "Festival de Cinema do Rio", que retornaria para habituais resenhas do melhor e do pior... o fato é que dos 25 filmes vistos, pouca coisa me impressionou. Trocando em miúdos, achei o festival bem fraco. Não cabe um post com considerações, nem mesmo perderei tempo enumerando as bombas, entretanto, vale ressaltar quem esteve acima da média. Vá ao cinema sem susto ou alugue um DVD para assistir "Somewhere" (adoro o trabalho da Sofia Coppola), "A Woman, a Gun and a Noodle Shop", "Cópia Fiel", "Carancho", "Machete", "A Primeira Coisa Bela", "Líbano", "A Solidão dos Números Primos", "Nostalgia da Luz" e "Of Gods and Men".
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Música:.
Para os apreciadores de música clássica, a dica é a final do II Concurso Internacional BNDES de Piano, com a participação da Orquestra Sinfônica Brasileira e regência do Maestro Joseph Giunta. Já a cantora de soul Corinne Bailey Rae, se apresenta no dia 06 de novembro, com a turnê do seu segundo álbum "The Sea". O grupo Belle and Sebastian toca dia 12, no Circo Voador e se não bastasse, Norah Jones faz apresentação imperdível no dia 16 de novembro.
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II Concurso Internacional BNDES de Piano
Teatro Municipal
Praça Floriano Peixoto, s/nº, Cinelândia
Dia 30 de outubro às 16h30
Entrada gratuita

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Show Corinne Bailey Rae
HSBC Arena
Av. Embaixador Abelardo Bueno, 3401, Barra da Tijuca
Dia 6 de novembro às 21h30
Ingressos:
R$ 480,00 (Mesa A e B premier)
R$ 380,00 (Mesa Premier)
R$ 240,00 (Mesa Pista)
R$ 200,00 (Cadeira Nível 1)
R$ 380,00 (Camarotes)

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Show Belle and Sebastian

Circo Voador
Rua dos Arcos, s/nº, Lapa

Dia 12 de Novembro (Abertura dos portões às 22h)
Ingressos: R$ 200 (inteira) e R$ 100,00 (meia-entrada com doação de 1kg de alimento ou um livro usado)
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Show Norah Jones 
Oi Casa Grande
Rua Afrânio de Melo Franco, 290, Leblon
Dia: 16 de novembro, terça, às 21h
Ingressos:
Camarote – R$ 240,00
Platéia Vip – R$ 240,00
Platéia Setor 1 – R$ 240,00
Balcão Setor 2 – R$ 240,00
Balcão Setor 3 filas I/J/K– R$ 220,00
Balcão Setor 3 filas L/M/N – R$ 190,00

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O Origamista, origami confeccionado por Vik Muniz e Robert Lang
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Trabalhos do início da carreira do artista brasileiro Vik Muniz, estão expostos na charmosa Casa de Cultura Laura Alvim, até o dia 05 de dezembro.
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De referência às suas famosas fotografias em mosaico, só mesmo a utilização inventiva de materiais. Não que seu singular estilo tenha ficado de fora, é possível vê-lo por exemplo, em incríveis fotografias de flores artificiais e numa compilação de figuras de borboletas recortadas de livros e revistas.
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No mais, os 30 objetos expostos beiram a estranheza e a ironia bem humorada, presentes em peças como a de um Mickey Mouse cravejado de pregos e segurando uma faca, um crânio com nariz de palhaço, um sarcófago feito de tupperware, luvas de seis dedos e imagens de personalidades impressas em fatias de pão de forma torradas.
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Exposição "Relicário", Vik Muniz
Casa de Cultura Laura Alvim
Av. Viera Souto, 176, Ipanema
Ter à Dom, das 13h às 21h
De 14 de outubro à 05 de dezembro
Entrada franca
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Untitled, Shirin Neshat, 1996
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Estreitar laços entre culturas diferentes e desmistificar imagens estereotipadas... a arte se incumbe de tão complexa tarefa em mostra que percorre 13 séculos de cultura islâmica, no CCBB.
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A exposição "Islã" é composta por um acervo inédito de mais de 300 obras, que abrangem peças de ourivesaria, mobiliário, vestuário, tapeçaria, utensílios, armas, mosaicos, cerâmicas, iluminuras, objetos de vidro, pinturas, caligrafias, instrumentos científicos e musicais. Obras de países do norte da África, Líbia, Nigéria, Mauritânia, Marrocos, entre outros, também estão expostas.
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Quem for conferir a mostra, terá acesso a ciclos de debates sobre a importância da civilização islâmica no cenário mundial, suas contribuições em várias áreas do conhecimento, além do papel da comunidade muçulmana e árabe no Brasil.
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Exposição "Islã"
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66, Centro
Ter à Dom, das 10h às 21h
De 18 de outubro à 26 de dezembro
Entrada franca
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[...]
E cada instante é diferente, e cada
homem é diferente, e somos todos iguais.
No mesmo ventre o escuro inicial, na mesma terra
o silêncio global, mas não seja logo.
.Antes dele outros silêncios penetrem,
outras solidões derrubem ou acalentem
meu peito; ficar parado em frente desta estátua: é um torso
de mil anos, recebe minha visita, prolonga
para trás meu sopro, igual a mim
na calma, não importa o mármore, completa-me.
.O tempo de saber que alguns erros caíram, e a raiz
da vida ficou mais forte, e os naufrágios
não cortaram essa ligação subterrânea entre homens e coisas;
que os objetos continuam, e a trepidação incessante
não desfigurou o rosto dos homens;
que somos todos irmãos, insisto.
[...]
.Carlos Drummond de Andrade
Trecho do Poema "Os Últimos Dias".
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