quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Sobre: "O Sentir"

Série Daphnis et Chloé, Marc Chagall
Música: Arabesque No.1, Claude Debussy
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Finalmente fui ver a exposição do Marc Chagall. Foram duas horas imersa no melhor e mais difícil dos silêncios. Aquele que sentimos mesmo expostos a ruídos.
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Felizmente, estar em contato com o trabalho do artista exige mais que qualquer compreensão erudita. Tudo tem uma aura tão afetiva e cheia de simbolismo, que proporciona uma comunhão incomum de sentimentos.
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Lembrei das pinturas à guache do jardim... Quando permiti que as cores fortes que usava perdessem a intensidade, ficassem opacas pelo uso, pelo costume? De repente o rosa era tão rosa, o verde, o azul, o amarelo, tão mais amarelo. Aquele que meus olhos de 4 anos enxergavam e que me despertava o sono da tarde, quando as crianças dormiam em suas esteiras de palha. Tudo era silêncio e cor, e o mundo era cheio de plácida despretensão e doçura. 
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Não me recordo de quando deixei de voar em meus sonhos. Provavelmente no mesmo instante em que as cores desbotaram. Como me permiti apenas sonhar com os pés aterrados no chão? Antes de qualquer resposta indulgente, estavam suspensos, sem que de sonhos precisassem. Mergulhar no seu mundo de reminiscências, abriu uma porta para as minhas próprias. Os lugares, os amores, as pessoas... estava leve.
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Leve como no jardim... eu, meu tapete de palha, minhas cores fortes e a complacência de quando as coisas não precisavam fazer tanto sentido.
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