sábado, 14 de novembro de 2009

"Quaisquer flores, logo que sejam muitas..."

Laeliocattleya, Orquidário do Jardim Botânico
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Dai-me rosas e lírios,
Dai-me flores, muitas flores
Quaisquer flores, logo que sejam muitas…
Não, nem sequer muitas flores, falai-me apenas
.Em me dardes muitas flores,
Nem isso… Escutai-me apenas pacientemente quando vos peço
Que me deis flores…
Sejam essas as flores que me deis…
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Ah, a minha tristeza dos barcos que passam no rio,
Sob o céu cheio de sol!
A minha agonia da realidade lúcida!
Desejo de chorar absolutamente como uma criança
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Com a cabeça encostada aos braços cruzados em cima da mesa,
E a vida sentida como uma brisa que me roçasse o pescoço,
Estando eu a chorar naquela posição.
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O homem que apara o lápis à janela do escritório
Chama pela minha atenção com as mãos do seu gesto banal.
Haver lápis e aparar lápis e gente que os apara à janela, é tão estranho!
É tão fantástico que estas coisas sejam reais!
Olho para ele até esquecer o sol e o céu.
E a realidade do mundo faz-me dor de cabeça.
.A flor caída no chão.
A flor murcha (rosa branca amarelecendo)
Caída no chão…
Qual é o sentido da vida?

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Fernando Pessoa.
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Cattleya Picasso, Orquidário do Jardim Botânico
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"Horas hay de recreación, donde el afligido espíritu descanse. Para este efeto se plantan las alamedas, se buscan las fuentes, se allanan las cuestas y se cultivan, con curiosidad, los jardines."
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Miguel de Cervantes.
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