Naiad 2, Janaína Tschäpe, 2004
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Confundido os seus cabelos com os cabelos
do vento, têm o corpo feliz de ser tão seu e
tão denso em plena liberdade.
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Lançam os braços pela praia fora e a brancura
dos seus pulsos penetra nas espumas.
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Passam aves de asas agudas e a curva dos seus
olhos prolonga o interminável rastro no céu
branco.
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Com a boca colada ao horizonte aspiram longa-
mente a virgindade de um mundo que nasceu.
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O extremo dos seus dedos toca o cimo de
delícia e vertigem onde o ar acaba e começa.
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E aos seus ombros cola-se uma alga, feliz de
ser tão verde.
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Sophia de Mello
Breyner.
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