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Dia desses sintonizei a tevê num programa infantil. Pensei: Que nostalgia da minha infância! Havia um total desconhecimento sobre o que é ter problemas, sobre o peso das decisões ou omissões. Não existiam paradigmas ou culpas maiores. Os dias passavam sem pressa cheios de leveza.
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Na volta para casa após a escola, o cheiro de comida fresquinha de mãe dobrava a esquina. As roupas sujas iam pro cesto, antes do banho com bucha. Mamãe então avisava que só depois de comer tudo, tomaríamos o suco e comeríamos a sobremesa. Geralmente uma fruta: goiaba, laranja, morango ou uva, a minha preferida. Depois a mesa dava lugar à lição de casa. Fazia a minha com gosto, enquanto meu irmão oscilava entre bocejos e garranchos. Ambos tinham certa pressa, naquela rotina parcimoniosa, a tarde era a melhor hora. Era quando mamãe deitada conosco e assistíamos desenhos. Eles eram igualmente leves, até bobinhos. Ria-se muito, gargalhava-se de doer a barriga em companhia de Snoopy, Pernalonga, Pepe Lê Gambá, Tom e Jerry, Pica-Pau, Manda-Chuva, Pepe Legal e Babalu... por fim, sempre sucumbíamos ao sono naquelas sestas vespertinas aninhadas em colo materno. Quão boas eram... Nossos sonhos de criança deveriam ganhar moldura, e ficar eternamente vivos, eternamente acessíveis, se não por nostalgia, para nos lembrar daquilo que fomos.
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Dia desses sintonizei a tevê num programa infantil. Pensei: Que nostalgia da minha infância! Havia um total desconhecimento sobre o que é ter problemas, sobre o peso das decisões ou omissões. Não existiam paradigmas ou culpas maiores. Os dias passavam sem pressa cheios de leveza.
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Na volta para casa após a escola, o cheiro de comida fresquinha de mãe dobrava a esquina. As roupas sujas iam pro cesto, antes do banho com bucha. Mamãe então avisava que só depois de comer tudo, tomaríamos o suco e comeríamos a sobremesa. Geralmente uma fruta: goiaba, laranja, morango ou uva, a minha preferida. Depois a mesa dava lugar à lição de casa. Fazia a minha com gosto, enquanto meu irmão oscilava entre bocejos e garranchos. Ambos tinham certa pressa, naquela rotina parcimoniosa, a tarde era a melhor hora. Era quando mamãe deitada conosco e assistíamos desenhos. Eles eram igualmente leves, até bobinhos. Ria-se muito, gargalhava-se de doer a barriga em companhia de Snoopy, Pernalonga, Pepe Lê Gambá, Tom e Jerry, Pica-Pau, Manda-Chuva, Pepe Legal e Babalu... por fim, sempre sucumbíamos ao sono naquelas sestas vespertinas aninhadas em colo materno. Quão boas eram... Nossos sonhos de criança deveriam ganhar moldura, e ficar eternamente vivos, eternamente acessíveis, se não por nostalgia, para nos lembrar daquilo que fomos.
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Seguem alguns dos meus desenhos preferidos. Quem curtiu a infância na década de 80, certamente se recorda de como eram espirituosos. Havia uma inocência e virtuosismo na animação que não existem mais. Destaque para as trilhas sonoras, onde se escuta de Tchaikovsky à Zequinha de Abreu..
.Seguem alguns dos meus desenhos preferidos. Quem curtiu a infância na década de 80, certamente se recorda de como eram espirituosos. Havia uma inocência e virtuosismo na animação que não existem mais. Destaque para as trilhas sonoras, onde se escuta de Tchaikovsky à Zequinha de Abreu..
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Pica-Pau e Andy Panda no episódio "Musical Miniatures" de 1947
Músicas:
- Polonaise Military, Op.40 No.1 (Chopin)
- Three Écossaises, Op.72 No.3 (Chopin)
- Fantasie Impromptu, Op.66 (Chopin)
- Polonaise Heroic, Op.53 (Chopin)
- Scherzo, Op.31 No.2 (Chopin)
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Hortelino troca-letras, Pernalonga, Gaguinho e o Patinho feio no episódio "A Corny Concerto" de 1943
Músicas: - Concerto No.1 para piano (Tchaikovsky)
- Tales from The Vienna Woods ( Strauss)
- Danúbio Azul (Strauss)
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Pernalonga no episódio "Long-Haired Hare" de 1948
Música:
- O Barbeiro de Sevilha (Rossini)
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Tom e Jerry no episódio "The Cat Concerto" de 1946
Música:
- Rapsódia Húngara No.2 (Franz Liszt)
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Mickey e Pato Donald no episódio "The Band Concert" de 1935
Música:
- William Tell Overture (Rossini)
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Snoopy no episódio "She’s Good Skate, Charlie Brown" de 1980
Música:
- O Mio Babbino Caro (Puccini)
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Pato Donald e Zé Carioca no episódio "Aquarela do Brasil" de 1943
Músicas:
- Aquarela do Brasil (Ari Barroso)
- Tico Tico no Fubá (Zequinha de Abreu)
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Estas verdades não são perfeitas porque são ditas,
E antes de ditas pensadas.
Mas no fundo o que está certo é elas negarem-se a si próprias.
Na negação oposta de afirmarem qualquer coisa.
A única afirmação é ser.
E ser o oposto é o que não queria de mim.
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Alberto Caeiro, heterônimo do Fernando Pessoa.
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Estas verdades não são perfeitas porque são ditas,
E antes de ditas pensadas.
Mas no fundo o que está certo é elas negarem-se a si próprias.
Na negação oposta de afirmarem qualquer coisa.
A única afirmação é ser.
E ser o oposto é o que não queria de mim.
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Alberto Caeiro, heterônimo do Fernando Pessoa.
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