quarta-feira, 7 de abril de 2010

A Parábola dos Cegos...

The Parable Of The Blind Leading The Blind, Pieter Bruegel (o velho), 1568
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Virtuosamente espremidos entre o mar e as montanhas estamos à deriva.
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Condição autoinfringida por um instinto que beira a misantropia e anda falando mais alto que o instinto de sobrevivência.
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Se o homem é mesmo um produto do meio em que vive, o que esperar de um mimetismo social fundamentado no consumo desenfreado, individualização e uso indiscriminado dos recursos naturais?
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"Chegará mesmo ao ponto de pensar que a escuridão em que os cegos viviam não era, afinal, senão a simples ausência da luz, que o que chamamos cegueria era algo que se limitava a cobrir a aparência dos seres e das coisas, deixando-os intactos por trás de seu véu negro. Agora, pelo contrário, ei-lo que se encontrava mergulhado numa brancura tão luminosa, tão total, que devorava, mais do que absorvia, não só as cores, mas as próprias coisas, tornando-os, por essa maneira, duplamente invisíveis."
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José Saramago, in: Ensaio sobre a Cegueira.

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