Noite dos Mascarados, Chico Buarque, Nara Leão e MPB 4
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(...) Como esquivar-se a teu Impérioque é Serrano em Vila ou Mangueira,
se em mim ri aquilo que é sério,
e séria, mesmo, é a brincadeira?
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Carnaval, já não sou tão moço
para esmilinguir-me no frevo
e sair de guizo ao pescoço
(riso, quatripétalo trevo),
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Também inda não sou tão velho
que não ouça o ronco da cuíca.
E da razão o bom conselho
(má rima) não me mortifica.
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Entre duas águas, meu caro,
meio-lá-meio-cá me sinto
como um animal semi-raro
divagando no labirinto.
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Carnaval, magia do samba!
Fígado, fiscal do consumo...
Para dançar na corda bamba
tanto faz, serpentina, o rumo.
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Não fugirei para a montanha,
nem pescarei na Marambaia,
pois ante confusão tamanha,
quedemos (Posto 6) na praia,
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perto-longe da farra, ouvindo
e vendo, imaginando, enquanto
um carnaval muito mais lindo
dentro em nós eleva seu canto;
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carnaval de delícias longas
e cabriolas arlequinais,
feito de caras songamongas
se esbaldando no nunca-mais;
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carnaval antigo e futuro,
baile de outro Municipal
ou Praça 11 acesa no escuro
da saudade do carnaval.
E é o melhor de tudo, afinal.
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Carlos Drummond de Andrade.
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