segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Agenda: Grete Stern e o Subconsciente Feminino

Grete Stern, Ellen Auerbach, 1929
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Imagine uma técnica de fotografia enraizada na psicanálise de Freud e na psicologia analítica de Jung, aliada à conceitos do surrealismo, expressionismo e dadaísmo.
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Sob essas bases se estruturam alguns dos trabalhos da fotografa alemã Grete Stern. Suas fotomontagens foram-me apresentadas há anos atrás numa sala de aula. Achei-as singulares, senão pela técnica numa época onde não existiam programas avançados de tratamento de imagem, pela representação onírica do imaginário feminino.
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Parte de seu significativo trabalho será exposto a partir do dia 15, no Instituto Moreira Salles. Serão exibidas 46 imagens remanescentes da série completa de 140, publicadas pela revista argentina Idílio, de 1948 à 1951. O projeto é fruto da coluna semanal "El psicoanálisis le ayudará", onde leitoras enviavam à revista seus sonhos e estes eram analisados por psicanalistas, para então serem representados pelas fotomontagens de Stern.
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Segue algumas fotos expostas da mostra. Lembrando que a série é reproduzida integralmente no catálogo da exposição. 
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Sem título, Os sonhos de projeção, 1948
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Garrafa no mar, Os sonhos sobre inibições, 1950 
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Amor sem ilusão, Os sonhos sobre transposições, 1950 
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Sem título, Os sonhos sobre artigos elétricos para o lar, 1950
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Sem título, Os sonhos sobre aprisionamento, 1949 
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Sem título, Os sonhos com lavanderia, 1950 
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Menino-flor, Os sonhos com crianças, 1948 
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Sem título, Os sonhos sobre o triunfo e dominação, 1949
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Sem título, Os sonhos sobre emudecimento, 1950 
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Sem titulo, Os sonhos sobre cansaço, 1949
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Os Sonhos de Grete Stern: fotomontagens
Instituto Moreira Sales
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
De 15 de Dezembro à 17 de Janeiro de 2010
Ter à Sex, das 13h às 20h; Sáb, Dom e Feriados, das 11h às 20h
Entrada franca.
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"(…) na realidade não há nenhum eu, nem mesmo o mais simples, não há uma unidade, mas um mundo plural, um pequeno firmamento, um caos de formas, de matizes, de situações, de heranças e possibilidades. Cada indivíduo isolado vive sujeito a considerar esse caos como uma unidade e fala de seu eu como se fora um ente simples, bem formado, claramente definido; e a todos os homens, mesmo aos mais eminentes, esse rude engano parece uma necessidade, uma exigência da vida, como o respirar e o comer. O equívoco reside numa falsa analogia. Todo homem é uno quanto ao corpo, mas não quanto à alma."
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Hermann Hesse, in: O Lobo da Estepe.
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