sábado, 21 de agosto de 2010

Imagem em preto e branco.

TV Lovers, © Foto de Jan Saudek, 1991
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Precursor dos estudos midiológicos, o filósofo Marshall McLuhan tinha um discurso provocativo sobre os efeitos dos meios de comunicação sobre os seres humanos.

Para ele, todas as mídias são extensões do homem e essa estreiteza anestesiou a percepção do consciente, fazendo com que nosso comportamento e ações sejam manipulados, influenciados. À revelia desses efeitos sociais e psíquicos, estaríamos viciados em atividades extra-corpóreas, automatizados, lobotomizados.

A realidade como a conhecemos deixou de ser REAL. As tarefas cotidianas mais prosaicas, as instituições, os empregos, as relações... são como uma espécie de holograma repetitivo.

Os aforismos impactantes e as expressões semióticas cunhadas pelo filósofo, tinham um único foco, o de alertar para a revolução que seria a convergência entre a realidade do homem recém-civilizado e do novo homem tribal.

O fato é que estamos testemunhando a precisão de muitos de seus pensamentos
a implosão de toda a economia em sua substância: sistemas monetários, mercados, regimes políticos; bem como, nossa passiva transformação em seres indiferentes, mecanizados. DESCIVILIZADOS.

Se alguns, com sua visão preconizadora e humanista de futuro não conseguem sublimar ideologias vazias, resta-nos ainda o alento de pensar que situações limite e cataclismas culminam em profundas transformações.
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"Enquanto não se olhava para as pessoas, elas não existiam. Começavam a existir, como na TV, quando alguém lhes dirigia o olhar. Só então permaneciam na mente desse alguém, antes de serem apagadas por novas imagens. O mesmo era verdade em relação a ele. Olhando-o, os outros poderiam iluminá-lo, expô-lo e revelá-lo; não ser visto equivalia a tornar-se indistinto e desaparecer."


Jerzy Kosinski, in: O Vidiota. .
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