La niña de la muñeca de palo, © Foto de Alberto Korda, 1959.
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Estou triste. Falo de tristeza profunda, a que sinto quando deveria estar feliz. Tristeza de quem tem bote salva-vidas. Isso faz sentido? De quando todos riem das mesmas piadas entrecortadas por um copo de vinho ou outro etílico. De quando observo o dia claro. Já notaram como tudo fica bem torneado e limpo? As montanhas ficam acinturadas, as flores dançam uma valsa ritmada, o mar... ele dança qualquer coisa entre Beatles e Chico Buarque, depende das mares. Mas é quase sempre calmaria. E cheiro. E cochichos ao pé do ouvido. E brisa leve mudando o curso da lágrima no rosto. Nenhum daltonismo é relevante em dias assim. Cores bem definidas na brancura dos olhos. É só tristeza de saudade saciada, de saudade de sentir genuína felicidade.
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