sábado, 3 de outubro de 2009

Fazendo parte da história...

The Gods of Olympus, Giulio Romano, 1528..
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Brincaram comigo por conta do post anterior, aquela minha meta de assistir cinquenta filmes no Festival de Cinema do Rio (a propósito, ontem cheguei a marca de 24). Se a paixão pela sétima arte é enorme, eleve isso ao quadrado, e talvez cheguemos a uma equação justa do meu entusiasmo por esportes.

Um apreço que vai além dos vários anos dedicados à pratica da natação e o frustrado ímpeto de que isso se convertesse numa atividade profissional (o fato é que eu era bem medíocre e tinha pernas curtas). Tênis, basquete, saltos ornamentais, vôlei, ginástica artística, handebol, pentatlo moderno, esgrima, badminton, judô, ciclismo, remo, pólo aquático, hipismo... compreendo as regras de boa parte deles e os acompanho desde 1988, quando aos 10 anos, assisti minha primeira Olimpíada.

A história dos Jogos é bem mais antiga que isso. Foram criados pelos gregos há mais de 3 mil anos em forma de festivais desportivos que cultuavam os deuses do Olimpo, principalmente Zeus, Deus do céu e do trovão, rei de todos os deuses. Alguns aconteciam mensalmente, outros anualmente. Já os Jogos de Olímpia eram realizados de 4 em 4 anos, e aos que venciam as provas, cabia uma Coroa de Oliveira.

Com a conquista da Grécia pelos Romanos, os ideais que norteavam as competições se desvirtuaram. Os prêmios, a corrupção, a predileção por espetáculos violentos, arruinaram os ideais olímpicos. Em 392 a.c, o imperador Teodósio I, proibiu os Jogos a pretexto de serem manifestações pagãs.
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Ruínas do Templo de Zeus, hoje, sítio arqueológico tombado pela UNESCO
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Só em 1896 as competições foram retomadas em Atenas, por iniciativa do Barão de Coubertin. Os primeiros Jogos da Era Moderna continuariam a ser disputados quadrienalmente, com o objetivo maior de promover a amizade e a paz entre os povos. Conceitos do espírito olímpico que nem sempre foram respeitados, como quando os Jogos foram interrompidos em 1916 e no período de 1939 à 1945, devido a primeira e segunda Guerras Mundiais. Quando o ataque terrorista planejado por palestinos do grupo Setembro Negro vitimou 11 atletas israelenses, nas Olimpíadas de Munique ou no episódio em que Estados Unidos e a Antiga União Soviética, boicotaram os jogos de Moscou e Los Angeles, respectivamente..
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Jesse Owens, prova dos 200m rasos das Olimpíadas de Berlim, 1936.
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Adolf Hitler, defensor da supremacia ariana, viu Owens subir quatro vezes no lugar mais alto do pódio.
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Não obstante toda essa história que envolve uma civilização riquíssima, os exemplos e alegrias proporcionados pelo esporte; sediar os Jogos como são conhecidos hoje, significa geração de empregos, visibilidade estrondosa do país para o restante do mundo, aquecimento da indústria do turístico, dissiminação da prática esportiva, formação de novas gerações de atletas de alto nível, e acima de tudo, um bote salva-vidas. Um evento que além do gigantismo logístico, pode deixar um legado social e urbano inestimável para o Rio de Janeiro. Como entusiasta do esporte e carioca, espero que a vontade de transformação, a responsabilidade e emoção por sermos o país sede dos Jogos de 2016, sejam maiores que a vocação duvidosa de alguns em querer levar vantagem em tudo. No mais, fica a cargo da imaginação e de muito trabalho dos envolvidos na organização do evento, antever o que nos espera até lá. A única certeza é que daqui a sete anos, o mundo estará diferente, assim como você, eu... encontro marcado!

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