terça-feira, 14 de abril de 2015

Correspondências: Rilke e Lou Salomé (2)

Rainer Maria Rilke, © foto de George Bernard Shaw, 1906
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Quero viver como se o meu tempo fosse ilimitado. Quero me recolher, me retirar das ocupações efêmeras. Mas ouço vozes, vozes benevolentes, passos que se aproximam e minhas portas se abrem... As pessoas que eu procuro não podem me ajudar: elas não compreendem. O mesmo se passa com os livros: demasiado humanos, ainda... As coisas, só elas, me falam. As coisas de Rodin, as das catedrais, as da antiguidade. Todas as coisas que são perfeitas. Elas me apontaram os meus modelos: um mundo de movimento e de vida, na pura simplicidade de seu desígnio, que é o de deixar nascer as coisas.
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Rainer Maria Rilke.
Trecho de carta escrita em 08 de agosto de 1903, 
endereçada à Lou Andreas-Salomé.
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