quarta-feira, 15 de outubro de 2014

[ Intimidar o poema a ser raiz ]

Sonho Poético, Martha Barros, 2009
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era um poema lateral aos sentidos.
ganhava formato ébrio
ao nem ser escrito.
longe dos pensamentos
imitava uma pedra 
[aí as palavras drummondeavam].
longe das lógicas
– com tendência vagabunda – 
o poema driblava lados avessos 
de noites
e animais
[aqui as sílabas manoelizam, barrentas].
mas uma estrela nunca brilha
tão solitária;
encarece-se também de luuandinar, 
miar à couto, 
esvair-se para guimarães...
era um poema carente de afetar-se
a ramos gracilianos.
assim alcançava
o estatuto
de raiz.
cheirado, emitia brilhos tímidos
– fosse um pirilampo.
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Ondjaki.
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