quarta-feira, 14 de março de 2012

"Para beber da água escrita..."

  The Poet, Egon Schiele, 1911
.
.
.
houve um poema
que guiava a própria ambulância
e dizia: não lembro
de nenhum céu que me console,
nenhum,
e saía,
sirenes baixas,
recolhendo os restos das conversas,
das senhoras,
"para que nada se perca
ou se esqueça",
proverbial,
mesmo se ferido,
houve um poema
ambulante,
cruz vermelha
sonâmbula
que escapou-se
e foi-se
inesquecível,
irremediável,
ralo abaixo.
.
Ana Cristina Cesar.
.
.

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails