sábado, 20 de junho de 2009

O que está por trás daquilo que você não vê?!

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Ganhei dois presentes esses dias: um "sorriso pleno" e um livro lindo.


O sorriso, por resposta à delicadeza do presente e a felicidade em recebê-lo. Mas se este não fosse um livro de arte, ainda sim, teria sorrido, pela circunstância, pelo significado do momento. É bom saber-se limitado aos olhos alheios e mesmo assim ser chamado de amigo. Há tempos não sorria plenamente. Explico. Sorrisos que você dá e só percebe quando o coração reverbera, irradiando para o corpo todo, como algo que desmancha na boca e deixa um gosto bom.

Não sei ao certo sobre a viabilidade de um post tão grande, e na verdade, não dá para começar qualquer coisa limitando-se. Arte é o conceito mais abrangente e eterno de beleza, foge a entendimentos vários, é pra ser sentida, assim como a amizade. Segue, resenhas breves e difícil escolha do que considero mais perfeito, nesta que é dita a quarta arte.


O Rapto de Proserpina (Bernini)

A definição das quatros estações deriva da lenda de Proserpina (Perséfone). Diz-se que Demeter (Ceres), mãe de Proserpina, desesperada com o rapto da filha por Plutão (Hades, Deus da morte) caiu em desespero tornando o solo infertil. Atendendo a um pedido de Zeus (Júpiter), seu marido, concordou devolver a fertilidade à Terra, exigindo no entando, que Plutão lhe devolvesse a filha. Como Proserpina havia comido seis grãos de romã, não poderia abandonar definitivamente o Tártaro, submundo de Plutão. Passaria então, metade do ano nas profundezas da terra, representação do outono e do inverno, quando sua mãe, triste, descuida da natureza e, a outra metade na superfície, na companhia dos seus, o que corresponde a primavera e o verão; a terra viva e produtiva, fruto da felicidade de sua mãe Demeter, deusa das plantas.

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Isso é mármore, dá para acreditar? Detalhe para a sutileza das mãos fincadas na pele.

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Perseu com a cabeça da Medusa (Antonio Canova)

Em um banquete, o Rei Prolidectes perguntou a seus convidados, que presente cada um estava disposto a oferecer-lhe. Todos prometeram cavalos, mas Perseu, o herói grego, ofereceu-lhe a cabeça da Medusa (monstro que transformava em pedra quem a olhasse). Quando Prolidectes o fez cumprir sua palavra, ele foi forçado a honrar sua oferta. Perseu obteve sucesso graças a ajuda dos Deuses Athena, Hades e Hermes. Athena deu a ele, um escudo tão bem polido, que podia se ver o reflexo ao olhar para ele. Hades, um capacete que tornava invisível quem o usasse, e Hermes lhe deu suas sandálias aladas. Guiado pelo reflexo do escudo, mas sem olhar diretamente para a Medusa, derrotou-a cortando-lhe à cabeça.



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Apolo e Dafne (Bernini)

Apolo era o mais belo dos deuses do Olimpo, senhor da Arte, da Música e da Medicina. Sua arrogância irrita Cupido, que o atinge com duas flechas de amor e outra de chumbo, em Dafne. Cupido passa a assediá-la inutilmente. Desesperado, começa a perseguí-la pela floresta. Dafne sentindo-o cada vez mais próximo, suplica ao pai, o Deus Peneu, que lhe mude as formas. O pai atende o desejo da filha e, no momento em que Apolo começava a tocar seus cabelos, Dafne revesti-se de cascas, os cabelos transformam-se em folhas, os braços ramos e galhos, os pés cravam-se no solo, como raízes. Transtornado com a metamorfose da amada em arbusto – o Loureiro, Apolo chora dizendo que aqueles ramos serão sua coroa verde e vistosa, participando de seus triunfos eternamente. Quem acompanha os Jogos Olímpicos, deve se lembrar que a coroa de Louros de Apolo simboliza a vitória.






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Moisés (Michelangelo)

Segundo a bíblia, Moisés subiu o Monte Sinai e recebeu de Deus os 10 mandamentos. Michelangelo parece entender a divindade do profeta, e esculpe um Moisés imponente.



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David (Michelangelo)

Esculpida em mármore, a estátua de 5,17m retrata-o antes da batalha com Golias. Realismo absurdo na concepção anatômica dessa, que é considerada por muitos, a obra mais importante da humanidade.





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O Êxtase de Santa Teresa (Bernini)

Simboliza as visões que Santa Teresa de Ávila teria tido, com um anjo que lhe cravava uma flecha de ouro no peito. Bernini dá à obra um sentido transcendental ao evocar tamanha mansidão e júbilo em meio aos espasmos de seu drama corporal. O resultado é só contemplação.




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A Vênus de Milo (atribuida à Alexandre Antióquia)

Uma estória curiosa explica a “falta” de braços da Vênus (Afrodite). Quando foi encontrada na Ilha de Milo no Mar Egeu, já estava danificada, quebrada ao meio, mas possuía os braços. O camponês que a achou quis vendê-la à oficiais franceses, mas como tardaram na aquisição da Vênus, o homem aceitou a oferta de outro comprador. Quando a escultura estava sendo embarcada para a Turquia, os franceses chegaram, e convenceram o camponês a manter o acordo de compra. Durante sua transferência para o barco, a escultura foi arrastada através de pedras e danificou-se, perdendo o que restava dos braços. Os marinheiros se recusaram a voltar para recuperá-los.


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La Pietá (Michelangelo)

Escultura cheia de significado litúrgico e apesar de dramática, incrivelmente doce. A representação de Maria segurando o filho morto, resignada e forte como só as mães conseguem ser.



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O Beijo (August Rodin)

Suavidade em meio ao caos, fruto da relação romântica com Camille Claudel.


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Cupido e Psique (Antonio Canova)

Psique em grego significa tanto borboleta, como alma. Ela representa a alma humana purificada pela dor, preparada, assim, para desfrutar a felicidade verdadeira. A união de Cupido e Psique simboliza o encontro do amor e da alma.



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"Com arte, forma, cor, tudo isso em jogo, engrinaldado e rútilo de crenças, o sonho cresce - o pássaro de fogo, que habita as altas regiões imensas."

Cruz e Souza.

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