sexta-feira, 8 de maio de 2009

"Um saber que não se sabe..."

Haven, Vladimir Kush, 2001
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Alguns leitores do blog indagaram-me sobre, digamos, um tom excessivamente melancólico nos textos.

Não teci grandes considerações, mas fui registrando os comentários e percebi que originam-se de um mesmo processo.

Simplificamos a observação do outro e seus aspectos multiplurais, pela correria diária e fundamentalmente, porque a abordagem do íntimo alheio esbarra na nossa.

Por um motivo ou por outro, nos acostumamos a olhares óbvios. Categorizações extremas.

Se é... bom ou mal / sincero ou mentiroso / responsável ou inconseqüente / bonito ou simplório / com ou sem silicone / feliz ou melancólico / polido ou extravagante / transparente ou dissimulado...

Antagonismos que subestimam a complexidade do que forma seres humanos cheios de dilemas e aspirações.

Esqueça os fusos, comprometa-se em enxergar através do outro aquilo que não compreende, o que te aflige, assombra, humaniza, encanta.

Saiba que eu, você, qualquer um, pode ser qualquer coisa, SOBRETUDO LIMITADOS. Com essa idéia em mente, praticamos o autoconhecimento, julgamos menos e "entendemos", m
esmo quando tudo que se tem, é um enorme silêncio.
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"Que nada nos limite, que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja nossa própria substância, já que viver é ser livre. Porque alguém disse e eu concordo que o tempo cura, que a mágoa passa, que decepção não mata, e que a vida sempre, sempre continua."

Simone de Beauvoir.



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