quarta-feira, 12 de março de 2008

Ser ou não ser...

 Golconda, René Magritte, 1953
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"Isso é dificilmente possível. Penso que haverá uma reação contra esse acordo de dissociação. O homem não dura para sempre. Sua anulação. Haverá uma reação e eu a vejo se instalando. Sabe, quando penso em meus pacientes, eles todos procuram sua existência, e afirmar sua existência contra a completa atomização para o nada ou para a falta de significado."


Palavras de Carl Jung em entrevista remota, quando indagado sobre a necessidade das pessoas se comportarem de forma comum, impulsionadas pelo mundo que se torna mais eficiente tecnicamente.

Esperava-se que fosse possível, o mais alto desenvolvimento humano submergir na sua própria individualidade em um tipo de consciência coletiva.


Décadas passaram e o processo preconizado por ele não poderia ser mais contraditório. Experimentamos um estado de pseudo verdades universais, mas a que passo de coerência?

Existe um quê de automatização dessa consciência dissolvida em conceitos difusos, intolerâncias, mornidão, em um quase processo de involução.

Ao ponto que encontrar o significado da sua existência continua sendo a maior indagação e necessidade, o ser humano caminha abstraído pela facilidade do hermetismo.

Afinal, pensar pode te deixar à beira de um abismo. Arriscar consiste em dores ocasionais. Mudar tem a ver com altruísmo e desapego. Humanização requer desmistificação.
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