The Martyrdom of St Matthew, Caravaggio, 1599-1600
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Em suas missivas, Dostoiévski divide o homem em ordinário e extraordinário. Alguns de meus pensamentos a respeito estão sendo fomentados pelo noticiário atual.
Ok, por formação minhas conceitualizações vão além... entretanto, me incomoda a linha tênue entre o racional e a bestialidade.
O pensamento racionalista nos impele a pôr em prática o que nos foi ensinado, subvencionado ou mesmo categorizado. Disso advêm nosso senso crítico e moral. Quando ocorre um desvio dessas didáticas ou mesmo a inadequação dessas leituras (questão de ordem patológica), resvalamos no ordinário, nas atitudes que geram ojeriza e incredulidade.
Não é simplista portanto, pensar que é ela – a moralidade (embasada sob os auspícios da religião, quer seja pela educação a que nos dispensaram) – o frágil limite a qual estamos expostos.
"Se Deus não existisse, tudo seria permitido"... sem limites de valores ou ordem que legitimem a nossa conduta sobre o que é certo e errado, ética, respeito ao direito alheio mesmo sendo ele o de coexistir; o homem estaria à deriva porque não encontraria em si, nem fora dele, a que agarrar-se.
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