sexta-feira, 29 de julho de 2011

"Porque sem os olhar, deixo de lado os restos agonizantes do mundo..."


Estamira,
direção de Marcos Prado, 2005



D. Estamira faleceu ontem no Hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro, após aguardar atendimento, sem sucesso, por dois dias.


"Isso aqui é um depósito dos restos,
às vezes é só resto.
E às vezes vem também descuido.
Resto e descuido..."

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terça-feira, 26 de julho de 2011

segunda-feira, 25 de julho de 2011

De Lucian Freud para Amy, com carinho

Lucian Freud, 08/12/1922 - 20/07/2011
© foto de David Dawson, 2010



"Alleine", que significa sozinho em alemão foi, segundo sua mãe, a primeira palavra que Lucian Freud aprendeu a dizer. E parecem ter sido as ruminações de quando se está só, o que fomentou o universo do artista.

A mítica ascendência, cuja insistente referência parecia aborrecer-lhe, coincidentemente ou não, teve reflexo na evidente abordagem psicanalítica em sua pintura.

Se a tinta funcionava como carne, as pessoas retratadas seriam bem mais que representações corpóreas do realismo. "Que os meus retratos sejam as pessoas e não parecidos às pessoas". E o que somos nós além da "materialidade"? Ao retratar o ser humano sem suscetibilidades, concessões ou adereços, os quadros de Lucian Freud simplesmente dizem: ninguém escapa de si mesmo!


Woman Smiling, Lucian Freud, 1959




Susanna, Lucian Freud, 1999




Portrait of Lady Elizabeth Cavendish, Lucian Freud, 1950




Naked Portrait, Lucian Freud, 2001




Triple Portrait, Lucian Freud, 1987




Benefits Supervisor Sleeping, Lucian Freud, 1995




Girl With Closed Eyes, Lucian Freud, 1987




Leight On a Green Sofa, Lucian Freud, 1993




Red-Haired Man On a Chair, Lucian Freud, 1963




Ali, Lucian Freud, 1974




Reflection With Two Children, Self-Portrait, Lucian Freud, 1965




Naked Portrait With Reflection, Lucian Freud, 1980




Amy Winehouse, 14/09/1983 - 23/07/2011
desconheço a autoria da foto, Londres, 2004



Se me ponho a cismar em outras eras
em que ri e cantei, em que era q'rida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das Primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

Florbela Espanca.

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terça-feira, 19 de julho de 2011

O precário ideal.

Belvedere Torso, Apollonius, séc. I a.C.



Conheci a Beleza que não morre
E fiquei triste. Como quem da serra
Mais alta que haja, olhando aos pés a terra
E o mar, vê tudo, a maior nau ou torre,

Minguar, fundir-se, sob a luz que jorre;
Assim eu vi o mundo e o que ele encerra
Perder a cor, bem como a nuvem que erra
Ao pôr do sol e sobre o mar discorre.

Pedindo à forma, em vão, a idéia pura,
Tropeço, em sombras, na matéria dura,
E encontro a imperfeição de quanto existe.

Recebi o batismo dos poetas,
E assentado entre as formas incompletas,
Para sempre fiquei pálido e triste.

Antero de Quental.

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domingo, 17 de julho de 2011

Música para curar a alma: Maria Callas (2)



"Teneste la Promessa"... Addio Del Passato, Act 3, La Traviata, de Giuseppe Verdi



"Teneste la promessa la disfida
Ebbe luogo! il barone fu ferito,
Pero' migliora Alfredo
E' in stranio suolo; il vostro sacrifizio
Io stesso gli ho svelato;
Egli a voi tornera' pel suo perdono;
Io pur verro' Curatevi meritate
Un avvenir migliore. -
Giorgio Germont"

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